sexta-feira, 30 de maio de 2014

Bizarrus, ressocializacão, Marcelo Felice (o cara)...Porque ninguém quer saber?


De uns anos para cá minha certeza de que educacão e atencão muda vidas tem se fortalecido mais e mais. Isso me levou a ler, estudar, ver entrevistas, documentários e tudo que se relaciona ao tema. Não falo só de educacão para criancas, como base para se formar cidadãos plenos, mas também da educacão de jovens e adultos que não tiveram oportunidades. O tema Educacão de Jovens e adultos é apaixonante e como uma coisa puxa a outra, comecei a ler sobre a educacão prisional. Sei que muitos vão torcer o nariz, e antes que digam:  Nossa!!! ela agora defende bandido? não, eu não defendo bandido. Também não vou ser hipócrita e dizer que alcancei um grau de elevacão espiritual tão grande a ponto de não sentir raiva quando vejo um vídeo de alguém sendo assaltado e baleado...sim, ainda tenho o desejo que o ladrão caia duro quando vejo o vídeo ( isso é automático, natural e humano). E quem diz que não sente o mesmo tá mentindo, afinal quando você assiste um filme de bandido e vítima você torce para quem? Sim, tenho meus preconceitos mas não tenho uma mente tacanha e tento enxergar além.  Existe um outro lado da moeda em que eu também acredito. Acredito sim, que a grande maioria tem como mudar. Existe sangue ruim, psicopatas? sim existem (e estes devem ficar bem trancadinhos) mas a grande maioria que está nos presídios e nas fundacões casa não são psicopatas. Tenho certeza que alí, no meio de tanta degradacão, tem talentos inimagináveis...desconhecidos, inclusive, por eles mesmos. Eu brinco dizendo que, talvez o cara que vai descobrir a cura do cancêr esteja lá dentro.

O que tem que ficar claro é que, quando negamos ao presidiário a chance de melhorar, achando que ele tem que só sofrer para pagar o que fez, esquecemos que ele vai sair de lá pior do que entrou e não se engane: ele vai cair no seu quintal. Não existe mágica, ninguém evapora, o problema não se resolve sozinho. Agora, quando você recupera um detento você não muda só a vida dele, você muda a vida de pessoas que teriam parentes mortos em assaltos praticados por ele, caso não fosse recuperado...olha só, é um efeito dominó. Dentre todos os documentários que tenho visto sobre o ensino dentro das prisões e a mudanca que isso provoca na vida deles, na auto estima e visão de mundo, um me chamou a atencão. O Projeto Bizarrus, de Marcelo Felice, que criou um grupo de teatro e arte dentro do presídio de Porto Velho. O projeto completou 12 anos e é exemplo de ressocializacão. Os depoimentos, todo o  processo para despertá-los  e o resultado são emocionantes. Tenha certeza que seu tempo não será perdido assistindo estes vídeos. O que eu fico impressionada é como um projeto destes, já com 12 anos, não é conhecido, não é divulgado...como eu nunca tinha ouvido falar? Depois as pessoas se perguntam porque tudo tá tão errado, porque o Brasil tá tãaoooo feio. Acho que estamos olhando para o lado errado...ou estamos olhando muito para baixo onde o máximo que conseguimos enxergar é o celular ou o umbigo. 

Para o Marcelo Felice todo meu respeito e admiracão (tenho vontade de abracar gente assim). Luiz Carlos Marques, Airton Pedro Marin, Marco Da L`aqua, Maria Hercília Junqueira e Sérgio William Teixeira, igualmente.






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